Apesar de o acesso à internet já ser considerado um bem essencial no Brasil, os problemas com infraestrutura ainda limitam a chegada da tecnologia a áreas
Apesar de o acesso à internet já ser considerado um bem essencial no Brasil, os problemas com infraestrutura ainda limitam a chegada da tecnologia a áreas mais afastadas dos grandes centros. Mas o empresário Elon Musk e sua empresa SpaceX têm planos para mudar completamente esse cenário à nível global: a Starlink.
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O projeto mais do que ambicioso deve custar mais de US$ 10 bilhões e pretende levar internet ultra rápida a todo o mundo, inclusive às áreas mais distantes ou de difícil acesso. E já está em fase de testes em alguns países, onde alguns usuários relataram velocidades de download superiores a 120 Mb/s.
Uma “constelação de satélites”
Musk conta com a sua empresa SpaceX para enviar uma grande quantidade de satélites ao espaço.
É claro que não é uma tarefa simples, nem mesmo para um dos homens mais ricos do mundo: existe uma série de protocolos a serem seguidos, bem como autorizações necessárias e, logicamente, muito desenvolvimento tecnológico por trás dessa corrida espacial.
Entretanto, as coisas estão avançando positivamente para Musk. Na última semana, a SpaceX comemorou seu 17º lançamento de satélites: o foguete Falcon 9 (que faz parte do programa de reutilização da empresa), retornou à sua base – um navio chamado Just Read the Instructions – pela oitava vez após lançar 60 novos satélites na órbita da Terra.
Atualmente, a rede conta com 955 satélites no espaço – quantidade suficiente para os primeiros testes, que tiveram início nos Estados Unidos. A Starlink conseguiu permissão para ampliar sua fase beta para o Reino Unido e Canadá, e já tem registros no Brasil, Áustria, Austrália, Argentina, França, Chile, Colômbia, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, México, Holanda, Nova Zelândia, Filipinas, África do Sul e Espanha.
A Starlink preocupa astrônomos
Apesar de todo o avanço que a infraestrutura da Starlink pode proporcionar, alguns cientistas ainda estão preocupados com seus impactos. O principal problema do aumento de satélites em órbita baixa é que as espaçonaves estão interferindo nas observações astronômicas.
Aqui no Brasil, já foi possível visualizar o trem de satélites da Starlink a olho nu (muita gente achou que eram OVNIs). Os primeiros eram excessivamente brilhantes devido à disposição de seus painéis solares – algo que já foi parcialmente contornado pela empresa.
Agora, a SpaceX envia espaçonaves com um material que as torna praticamente invisíveis a olho nu – mas não para telescópios. Nesse cenário, pesquisadores alertam para problemas que podem inviabilizar novas descobertas astronômicas, e Musk promete correções até que não haja mais nenhuma interferência nas observações.
A Starlink deve construir uma “constelação” com cerca de 42 mil espaçonaves em órbita, e ela não está sozinha. Projeto Kuiper é a alternativa da Amazon à Starlink, e promete velocidade de 400 Mb/s – entretanto sua tecnologia está em fase de desenvolvimento mais incipiente.