Entenda por que um estabilizador de energia pode não ser a proteção que você busca para os seus componentes eletrônicos e descubra alternativas a ele!
Quando os primeiros computadores começaram a aparecer com frequência nos lares brasileiros, a preocupação com a energia também veio à tona. Afinal, os picos e até mesmo a falta de luz podem ser constantes na rede elétrica brasileira em geral, devido à qualidade do serviço. Por esse motivo, muitas pessoas recorreram ao estabilizador de energia para protegerem seus bens.
Mas, afinal, o que é um estabilizador de energia? E, principalmente, por que não é mais uma boa ideia tê-lo em casa?
Entenda quais os principais motivos para não ter um estabilizador de energia em casa! (Foto: hit003/iStock)
O que é um estabilizador de energia?
Você deve conhecer o estabilizador também pelo famoso “tlec tlec”, o barulho que ele faz quando há variações de energia. Esse som vem da sua principal função: escolher a melhor tensão fornecida pela rede elétrica para que os seus dispositivos não sejam prejudicados.
O “tlec” acontece quando os seletores de tensão, chamados relés, mudam de posição conforme a variação de energia na rede elétrica da residência. Assim, quando uma variação ocorre, os relés saem de uma posição para a outra a fim de continuar oferecendo aos aparelhos conectados a melhor tensão para eles.
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As variações de energia ocorrem frequentemente, e o estabilizador, em resumo, tem a missão de não permitir que sobrecargas cheguem até os dispositivos eletrônicos, como o computador.
Além disso, os estabilizadores possuem um fusível de proteção utilizado justamente para queimar no lugar dos eletrônicos. Quando há uma sobrecarga na rede além da tensão dos dispositivos, o fusível aguenta a carga como um escudo.
Estabilizador de energia: ajuda ou atrapalha?
Como dito antes, na prática, um estabilizador serve para garantir que as oscilações na rede elétrica não afetem seus aparelhos. Essas oscilações, aqui no Brasil, são ocasionadas pela qualidade de distribuição de energia, que é precária, e acaba gerando instabilidades frequentemente.
Muitas pessoas encontraram no estabilizador de energia uma alternativa a esse problema. Em pouco tempo eles se tornaram populares, e era difícil, há alguns anos, encontrar um computador doméstico ligado diretamente à tomada.
Tempos de resposta curtos
Acontece que, atualmente, o estabilizador realmente perdeu a sua força. As fontes de computadores atuais, que são os componentes responsáveis por entregar a energia às outras peças do computador, como HD ou o processador, já são capazes de atuar com perfeição em redes de 115 V ou 220 V, que possuem frequência de 60 Hz, as mais comuns em lares brasileiros.
Além disso, há um fator chamado tempo de resposta nos estabilizadores. É um período curtíssimo de tempo em que o aparelho troca de tensão. Nesse período de troca, que geralmente é de 8,3 milissegundos, os computadores dependem unicamente de suas fontes, que, naquele momento, estão despreparadas para um surto repentino. Dessa forma, caso um estabilizador falhe na troca de tensão, pode danificar seriamente aparelhos sensíveis, já que as fontes recebem uma alta tensão diretamente da rede sem estarem devidamente preparadas.
As fontes atuais já conseguem proteger computadores sem precisar de estabilizadores (Foto: dejan Jekic/iStock)
Então para que realmente serve o estabilizador?
Na prática, o estabilizador de energia não tem uma utilidade muito diferente dos filtros de linha comuns. Quando há um surto de energia na rede, ele serve apenas para queimar no lugar dos eletrônicos.
Seguindo essa lógica, nem mesmo seus nomes estão corretos, já que o aparelho não estabiliza a tensão fornecida, apenas evita que as variações repentinas prejudiquem os eletrônicos. E, em alguns casos, nem mesmo essa função eles conseguem desempenhar.
Como as fontes mais atuais de computadores já atuam corrigindo surtos muito mais rápido que os estabilizadores, o uso deles tornou-se obsoleto e perigoso. Isso acontece porque as fontes mais atuais, com voltagem de 200 khz, já conseguem corrigir surtos pequenos e médios. Assim, o aparelho tornou-se redundante, já que, na tentativa de oferecer a melhor tensão, faz o que as fontes já fazem em um tempo muito menor.
Quais são as alternativas?
Um estabilizador de energia não é exatamente barato: está entre R$ 60 ou R$ 80 no Brasil. Essa é uma faixa de preços muito alta comparada a de filtros de linha, que são essencialmente a mesma coisa e saem por, muitas vezes, metade do preço ou até menos.
Os filtros de linha são como os famosos extensores, com a diferença de que possuem fusíveis para o caso de surtos de energia, como os estabilizadores. Eles também não são bons em corrigir as instabilidades da rede elétrica, mas podem ser uma saída momentânea caso você se preocupe com seus aparelhos.
Os filtros de linha podem ser opções mais baratas do que estabilizadores (Foto: kingjon/iStock)
As melhores opções para dispositivos eletrônicos (ainda que sejam as mais caras) são os no-breaks. Esses componentes são capazes de proteger aparelhos eletrônicos de forma muito mais ampla e eficaz, entregando as tensões necessárias.
Tipos de no-break: online e offline
Os no-breaks podem ser offline ou online. Os tipos offline contam com uma bateria integrada que armazena energia. Em casos de queda ou fortes oscilações, o aparelho cessa a entrega de energia através da rede elétrica e passa a utilizar essa bateria por um curto período de tempo, suficiente para que você salve trabalhos no computador ou desligue todos os aparelhos ligados a ele com segurança. No mercado, são os tipos mais recomendados para residências, ainda que não sejam tão baratos.
Os tipos online de no-breaks são mais complexos (e muito mais caros!). Eles são geralmente utilizados por empresas para suprir diversos computadores de uma vez só. Os no-breaks online se alimentam da rede elétrica, porém o fornecimento de energia para aparelhos eletrônicos é feito através de uma bateria. Isso acarreta em um maior nivelamento de tensão. Assim, todas as instabilidades de rede elétrica não chegam aos computadores.
Os no-breaks são os componentes mais recomendados em questão de segurança (Foto: NorGal/iStock)
E agora? O que escolher?
A não ser que a rede elétrica em sua casa seja instável demais, fique tranquila: um filtro de linha pode resolver o problema.
Fique atenta apenas às tensões dos dispositivos: nunca ligue um aparelho eletrônico que tenha uma voltagem maior ou menor do que a necessária para funcionar diretamente na tomada. Além disso, preste atenção aos selos de energia para saber se eles são econômicos ou não.
No fim das contas, a decisão é totalmente sua. Esteja, porém, sempre atenta às especificações, e, se for necessário, busque ajuda especializada para maiores explicações!