Consultora de moda compartilha dicas para montar um armário cápsula, abandonar o consumo exagerado de roupas e desapegar.
Julia Monsores | 9 de Maio de 2022 às 19:00
A indústria têxtil é uma das que mais polui o meio ambiente, provocando impactos ambientais como emissão de gases de efeito estufa, contaminação do solo, alto consumo de água e energia e falta de um destino correto para os resíduos. Esse alerta vem acompanhado de um novo perfil de consumidor, que está mais atento às formas de consumo sustentável, com peças versáteis e duradouras, que tenham significado e que carreguem a sua identidade.
Um exemplo desse movimento, que está crescendo cada vez mais, são os adeptos do conceito armário cápsula, que, de uma forma simplificada, consiste em ter itens curingas, fáceis de combinar e que realmente sejam coerentes com o seu estilo.
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Essa é uma maneira de abandonar o consumo exacerbado de roupas que compramos por impulso e que sequer são usadas, ou são poucas vezes utilizadas.
“É um método de organização em que se escolhem, em média, 40 peças preferidas, mas você pode fazer um cálculo de acordo com a sua realidade. O importante é selecionar as roupas que você usa frequentemente e que podem ser aplicadas facilmente em diversos looks. É a ideia do ‘menos é mais’. Além disso, a partir de alguns truques fáceis e práticos, você pode reaproveitar aquela peça que já tem no guarda-roupa e que estava sem uso”, comenta a consultora de moda e estilo consciente, Fernanda Wachholz.
Para pensar em quais peças você deve selecionar, é preciso levar em consideração a sua rotina: dia a dia, trabalho, academia, praia, entre outros. A partir daí, você começa a definir o que vai precisar para as diferentes ocasiões.
Você guardou aquela roupa para um momento especial, e já faz meses que ela está encalhada no seu armário? Ou você comprou uma blusa, usou uma vez e depois nunca mais? “Acredite, esses são itens que podem ser dispensados para doação ou até fazer um brechó. Com certeza, deverá ficar de fora do seu armário. Desapegue. Libere espaço e energia!”, pontua Fernanda.
Quais peças não podem faltar no seu dia a dia? Quais cores e itens você usa sempre e são versáteis nas combinações? Mantenha essas peças, lembrando que devem contemplar as diferentes estações do ano e necessidades, como moda íntima, por exemplo.
Na dúvida, opte sempre por itens mais básicos e clássicos, que não têm erro na hora de fazer combinações de looks. “Isso vale para roupas, acessórios e sapatos. Tenha sempre peças em cores neutras, mas, claro, separe também as de cores mais fortes que você goste para criar contrastes”, explica.
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Como já dissemos aqui, a ideia é desapegar do excesso. Por isso, aquela blusa fast fashion, com qualidade inferior e com menor preço, vai durar menos tempo e é “descartável”. Invista em peças de qualidade, mesmo que custem um pouco mais. Elas possuem maior durabilidade e, a longo prazo, pesarão menos no seu bolso também.
Quer abraçar de vez o conceito de consumo mais sustentável? Faça você mesmo a sua roupa. São inúmero os benefícios: você escolhe um item que é a sua cara, você mesmo confecciona. Isso traz aprendizado e sentimento de satisfação após finalizá-lo. Sem contar no orgulho que é ter algo feito por você mesmo, sabendo a origem daquele produto.
“Peças de crochê e tricô possuem uma boa durabilidade e são versáteis, podendo ser usadas no calor e no frio, dependendo do modelo e dos fios. É uma proposta para resgatar o valor do artesanal, a partir de uma moda mais humanizada e com peças atemporais”, pontua Fernanda.