Viagem no tempo? Linha de perfumes é criada usando DNA de flores já extintas

A empresa responsável pelo projeto é Arcae, companhia preocupada em alinhar biotecnologia e beleza.

Cadu Guarieiro | 10 de Outubro de 2023 às 06:30

A linha Scent Surrection conta com 6 fragrâncias. - Imagem: reprodução/Future Society

Uma empresa americana decidiu inovar na produção de seus perfumes. Fugindo das notas florais comuns, a Future Society, marca de perfumaria desenvolvida pela Arcaea, empresa líder em biotecnologia de beleza, fundada pela cientista Jasmina Aganovic, trouxe à tona a Scent Surrection, uma linha de fragrâncias com base no DNA de flores já extintas.

A coleção é composta por seis aromas exclusivos, com o material genético extraído de espécimes preservados de flores extintas conservadas no herbário da Universidade de Harvard, em 2017.

Os genes com capacidade de codificar enzimas produtoras de fragrâncias foram identificados pelos cientistas a partir do sequenciamento do DNA dos vegetais. Esses códigos foram inseridos em leveduras, que foram cultivadas através de um processo de fermentação para produção de moléculas aromáticas. Em entrevista à Forbes, Jasmina explicou o processo e comparou-o com o clássico Jurassic Park.

"Ao sequenciar o DNA das flores, a equipe teve acesso ao genoma da planta, permitindo procurar as moléculas aromáticas que produziram. Tudo isso foi realmente interessante, como em Jurassic Park."

O frasco das fragrâncias, além de dispor de de informações das plantas que originaram os perfumes, conta com uma tampa 100% reciclável que remete à uma pedra fossilizada. Para além da linha científica, a marca se preocupou também com a interpretação de perfumistas sobre as flores.

Frasco das fragrâncias da coleção Scent Surrection. (Imagem: reprodução/Future Society)

"Trabalhamos com três perfumistas conhecidos para que eles interpretassem os dados e, a partir de sua perspectiva artística, reconstruíssem o que acreditavam ser o cheiro das flores", revelou Aganovic.

A cientista e fundadora da Arcaea, vê na biotecnologia uma via revolucionária de explorar a criação de produtos.

"Por causa destas novas tecnologias que surgiram, podemos fazer isso de forma ética e sustentável, sem arrancar itens do solo ou das plantas. Não precisamos extraí-los, podemos usar micróbios para cultiválos", pontuou a empresaria e pesquisadora.

Confira a seguir o vídeo promocional dos produtos, disponibilizado no canal Future Society.


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