Entenda o caso Sheila Melo que entrou na justiça devido a um erro grave em um procedimento estético.
Sheila Mello, ex-dançarina do grupo É o Tchan, está enfrentando uma batalha judicial contra um médico devido a complicações graves após um procedimento estético. Em 2014, Sheila desembolsou cerca de R$ 30 mil para a aplicação de hidrogel nas nádegas, com o objetivo de levantar o bumbum.
No entanto, ao invés de receber o resultado esperado, Sheila começou a sofrer com deformações e sérios problemas de saúde, apresentando glúteos com deformidades significativas. Além disso, recentemente, em junho deste ano, a influenciadora Aline Ferreira faleceu após complicações relacionadas ao uso de PMMA, uma substância similar, para aumento dos glúteos.
Sendo assim, o Dr. Vitor Mello, biomédico especializado em procedimentos estéticos, discutiu em uma entrevista os riscos associados a essas substâncias no corpo. Entenda o caso.
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Caso Sheila Melo e a substância PMMA
A morte da influenciadora digital Aline Ferreira devido a complicações de um procedimento estético com Polimetilmetacrilato (PMMA) trouxe novamente à tona os riscos associados a essa substância. Agora, Sheila Mello, ex-dançarina do grupo É o Tchan, enfrenta problemas semelhantes após um procedimento estético envolvendo o mesmo material.
O que é o PMMA?
O PMMA é um polímero plástico amplamente utilizado em diversas aplicações médicas, desde lentes e cremes até procedimentos ortopédicos. Com o tempo, a substância foi introduzida no campo da estética, ganhando popularidade por sua capacidade de adicionar volume e definição em áreas como glúteos, coxas e rosto.
No entanto, sua utilização tem sido controversa, principalmente devido às graves complicações relatadas nos últimos anos. Casos de infecções, reações inflamatórias crônicas, e migração do material injetado, que podem levar a deformidades severas, são cada vez mais comuns. Em casos extremos, essas complicações têm resultado na morte de pacientes, como ocorreu com Aline Ferreira.
Caso Sheila Mello
Sheila Mello recentemente tornou público que está em uma batalha judicial devido a complicações graves após um procedimento para levantar os glúteos, realizado com PMMA. Essas complicações não são raras, como ressalta o biomédico Dr. Vitor Mello, especialista em estética.
Ele alerta que, embora o PMMA seja considerado seguro quando aplicado corretamente e em pequenas quantidades, os riscos associados ao seu uso não devem ser subestimados. Entre as complicações mais graves estão as reações inflamatórias crônicas, a formação de granulomas, e a migração do material, o que pode resultar em deformidades significativas e tornar o tratamento ainda mais difícil.
Além disso, Dr. Mello explica que o PMMA estimula a formação de tecido fibroso ao seu redor, o que pode complicar sua remoção em caso de complicações, como infecções ou necroses teciduais. Em alguns casos, a remoção da substância só é possível por meio de cirurgia, o que pode resultar na perda de tecidos musculares.
O PMMA também apresenta riscos vasculares, como obstruções e embolias pulmonares, especialmente quando aplicado em grandes quantidades ou em camadas profundas.
Dada a complexidade dos riscos, muitos profissionais preferem o uso do ácido hialurônico em procedimentos estéticos. Dr. Mello destaca que o ácido hialurônico, ao contrário do PMMA, é reversível e possui um antídoto que pode ser usado em caso de complicações, permitindo a remoção do material sem a necessidade de cirurgia. Essa reversibilidade e o menor risco de complicações a longo prazo fazem do ácido hialurônico uma opção mais segura para os pacientes.
Quanto à remoção do PMMA, Dr. Mello afirma que, embora seja possível remover a maior parte do material, não é possível eliminá-lo completamente do corpo. Isso ocorre porque o PMMA induz a formação de tecido fibroso, que se integra ao material injetado, tornando a remoção completa difícil e arriscada. Em casos em que o PMMA atinge os vasos sanguíneos, as consequências podem ser graves, incluindo embolia pulmonar.
Qual o parecer da Anvisa?
No Brasil, o uso do PMMA é regulamentado pela Anvisa, que classifica a substância como de classe IV (máximo risco). O PMMA foi inicialmente desenvolvido para aplicações médicas específicas, como o tratamento de lipodistrofia em pacientes com HIV/AIDS e para correção volumétrica facial e corporal em condições como a poliomielite.
Embora a Anvisa não contraindique o uso do PMMA nos glúteos para fins corretivos, a substância não é recomendada para aumento de volume corporal ou facial. A decisão de utilizar PMMA em procedimentos estéticos deve ser cuidadosamente avaliada pelo profissional médico responsável.
Fontes: Dr. Vitor Mello, biomédico e especialista em harmonização íntima masculina e Metrópoles.