O número de mulheres que tem feito o procedimento de explante de silicone tem crescido a cada ano. Entenda a razão e as consequências disso.
Thaís Garcez | 29 de Dezembro de 2020 às 15:00
Colocar próteses de silicone nos seios é um sonho que pode se transformar em um pesadelo para alguns. O número de mulheres que tem feito o procedimento de explante de silicone tem crescido a cada ano.
Nos Estados Unidos, por exemplo, em 2019, mais 30 mil recorreram a essa cirurgia; de acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica.
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Recentemente, atrizes, jornalistas e outras personalidades públicas retiraram suas próteses mamárias por problemas de saúde. As reclamações são várias, e muitas afirmam que a qualidade de vida melhorou bastante depois do explante.
Apesar do Brasil ser um dos países que mais realizam cirurgias plásticas no mundo, incluindo a colocação de silicone nos seios, brasileiras influentes têm relatado nas redes sociais suas experiências negativas e alertado para os riscos.
Colocar uma prótese de silicone mamária pode ser uma decisão motivada por diversos fatores, desde puramente estético até por reconstrução. Mas de qualquer modo precisa ser muito bem avaliada.
Existem, porém, outras preocupações que precisam ser levadas em conta, como a qualificação do cirurgião, por exemplo, e a clínica onde o procedimento será feito. As próteses de silicone, por sua vez, precisam ser certificadas pelo Inmetro e registradas pela Anvisa.
Entretanto, mesmo cumprindo rigorosamente todos os critérios ainda é possível ocorrer problemas com as próteses. E quando surge algo de errado o explante mamário é uma das soluções mais indicadas.
Existem vários motivos que podem levar alguém a optar pelo explante. Mudanças no corpo, ruptura da prótese, contratura capsular, problemas de saúde, entre outros. Além desses, a troca necessária das próteses a cada 10 anos.
A contratura capsular por ocorrer em 2% a 5% das pessoas que possuem silicone. Ela acontece quando o corpo não se adapta à prótese. Em volta da prótese de silicone forma-se uma capa naturalmente, como uma defesa, mas que pode causar rejeição. Os sintomas indicativos de rejeição são dores e deformidade nos seios.
Geralmente, utiliza-se o mesmo corte feito para a colocação das próteses. Após a remoção, alguns especialistas sugerem retirar o excesso de pele e incluir no espaço uma camada de gordura tirada de outra parte do corpo. Mas há várias outras técnicas cirúrgicas de explante de silicone.
Os médicos alertam, porém, que não há garantias de que os seios ficarão esteticamente perfeitos. Devido aos anos em que a pele ficou esticada, existe a possibilidade de que haja flacidez. Portanto, é muito importante uma conversa franca entre cirurgião e paciente antes do procedimento.
A síndrome Asia, sigla em inglês para Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes, tem sido um dos motivos mais comentados atualmente para o explante mamário. Médicos afirmam que os casos ocorrem com mais frequência em pessoas com predisposição genética a doenças autoimunes.
Os sintomas dessa síndrome, popularmente conhecida como ‘doença do silicone’, variam. Há relatos de queda de cabelo, formigamento, problemas de interação social, unhas quebradiças etc.
Até o momento, foram listados os seguintes sinais pelos especialistas:
Apesar dos estudos científicos afirmarem que o diagnóstico afirmativo para Asia é raro, o número de mulheres que relatam esses sintomas vem crescendo. Assim, nesses casos o explante mamário é a solução mais adequada.
De todo modo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica afirma que as próteses de silicone são seguras. Diz também que os relatos, bem como a própria Síndrome Asia, ainda precisam ser amplamente estudados.