A dermatologista Agnes Andrade explica como surgem as estrias e quais os tratamentos disponíveis para amenizá-las.
Paula Vieira | 8 de Fevereiro de 2021 às 16:00
Ter estrias é algo natural e acontece com a maioria das pessoas que crescem rápido, possuem facilidade para ganhar peso ou passam por uma gestação. Elas aparecem quando as fibras elásticas e colágenas da pele são destruídas, devido ao estiramento do tecido.
No início do seu surgimento, as estrias aparecem avermelhadas ou arroxeadas e podem coçar. Quanto mais recente, mais fácil de tratar para que sumam ou fiquem menos visíveis.
Quando as estrias atingem a cor branca, os procedimentos ficam mais complexos, porque ela já chegou ao seu estado avançado e virou cicatriz. Esses são os dois tipos de estria que existem.
“Estrias vermelhas e roxas, também chamadas de estrias rubras, são mais fáceis de serem tratadas do que as estrias brancas. Isso acontece porque em qualquer cicatriz é mais fácil você moldar a cicatrização enquanto ela ainda está recente. As estrias brancas já estão consolidadas daquela maneira, então é mais difícil para tratar”, explicou a dermatologista Agnes Andrade, especialista no tratamento de estrias.
Apesar de serem naturais ao ser humano, as estrias incomodam algumas pessoas, que optam por realizar procedimentos estéticos para tratá-las.
É fácil encontrar cremes para estrias em farmácias e na internet. Mas, a Dra. Agners explica que ainda não há estudos que comprovem tamanha eficácia dos cremes, já que eles não atingem as camadas mais profundas da pele. Sendo assim, os tratamentos mais indicados são a base de ácido retinóico, que pode ser aplicado em casa, após recomendação médica.
“As estrias vermelhas e roxas podem ser tratadas com o objetivo de suavizá-las, sobretudo enquanto elas ainda estão recentes. A ideia é renovar o colágeno, aumentar a produção de colágeno bom, em compensação reduzir a proporção de colágeno rompido, que são as fibras elásticas destruídas. Então, o que pode ser feito é um tratamento simples, realizado em casa, à base de ácido retinóico, que deve ser usado apenas com recomendação médica, por ser um ácido que traz riscos. Ele não pode ser usado durante a gestação e amamentação, e pode causar sensibilidade na pele e descamação, então deve ser usado apenas, e estritamente, sob orientação médica”, explicou a dermatologista Agnes Andrade.
Os cremes, por hidratarem apenas a camada superficial da pele, não oferecem o mesmo resultado. Portanto, é melhor consultar um médico especialista para saber qual é o tratamento ideal para o seu caso.
“Os cremes não vão estimular o colágeno de uma maneira intensa o suficiente para melhorar o aspecto das estrias. Isso só acontece com procedimentos que vão chegar na camada da pele onde está o problema”, afirmou a Dra. Agnes Andrade.
Além do tratamento com ácido, a especialista garante que alguns procedimentos estéticos com laser e agulhas são super eficientes para tornar as estrias menos visíveis. Mas é necessário realizar um exame antes de definir o procedimento ideal para a sua pele.
“Também há o tratamento com laser fracionado, que estimula a produção de colágeno e é uma excelente opção para o tratamento de estrias, principalmente vermelhas. Outra opção é o microagulhamento, que promove o estímulo da produção de colágeno por meio da radiofrequência microagulhada, muito importantes para melhorar a aparência dessas estrias.”
Segundo a dermatologista, é muito difícil prevenir o aparecimento das estrias. Mas, com algum esforço, práticas adotadas no dia a dia podem ajudar a evitar que elas surjam.
“É recomendado hábitos de vida saudável, bastante exercício físico, hidratação via oral e na pele. Em termo de tratamento preventivo, ainda é algo desejado, mas não comprovado cientificamente. Não tem nenhuma substância que possa ser indicada, que comprovadamente vai reduzir a chance de surgirem estrias nessas pessoas que tem os fatores de ganho de peso rápido”, afirmou.
Outro fator que chama a atenção de quem quer acabar com as estrias é a realização de esfoliação na região afetada. Mas, assim como os cremes, o procedimento só vai atingir a camada superficial da pele, deixando-a mais macia e até renovada. Porém, a esfoliação não resolve a aparência das estrias.
“A estriação está muito frequente nas receitas caseiras. A esfoliação não vai atuar na estria devido à profundidade. As pessoas recomendam a esfoliação como uma forma de fazer a renovação celular, mas isso só vai acontecer na camada mais superficial da pele. Vai deixar a pele mais lisa e macia, mas não vai atuar nas estrias. Por outro lado, também tem o risco de as pessoas se machucarem fazendo esse tipo de esfoliação. Então, se for feito, deve ser de maneira cuidadosa, sabendo que o benefício para as estrias é muito reduzido, se tiver algum”, finalizou a Dra. Agnes Andrade.