De modo geral, as cicatrizes fazem parte do processo de recuperação corporal de qualquer cirurgia plástica. Porém, elas podem se apresentar de maneiras
Julia Monsores | 23 de Março de 2021 às 11:00
De modo geral, as cicatrizes fazem parte do processo de recuperação corporal de qualquer cirurgia plástica. Porém, elas podem se apresentar de maneiras menos ou mais perceptíveis — é o caso, por exemplo, da cicatriz hipertrófica e da queloide.
Algumas são mais simples de resolver, outras são mais difíceis, e podem necessitar até mesmo de uma nova cirurgia plástica para realizar essa correção.
Mas você sabia que alguns fatores podem influenciar na aparência dessas cicatrizes? Para elucidar essa questão, conversamos com o Dr. Alexandre Kataoka, cirurgião plástico, que listou tudo o que você precisa saber para ter um pós-operatório bem tranquilo.
As características genéticas são um dos fatores que influenciam no aspecto das cicatrizes.
“Geralmente os pacientes com cor de pele escura ou de origem oriental apresentam maior chance de desenvolver cicatrizes discrômicas e/ou hipertróficas. Outro caso são os pacientes idosos, que possuem maior chance de terem cicatrizes finas e mais estéticas”, explica o Dr. Alexandre Kataoka, cirurgião plástico.
Além disso, a técnica cirúrgica adotada também pode impactar no aspecto das cicatrizes.
“A qualidade de uma cicatriz é estabelecida pelos fatores genéticos, fatores da lesão e também pela técnica cirúrgica adotada pelo cirurgião plástico. Do momento da incisão até o fechamento da ferida cirúrgica há inúmeras variáveis que impactarão no resultado estético, o tratamento e o prognóstico da cicatriz”, explica.
O processo de cicatrização da pele pode demorar vários meses para finalizar e determinar o aspecto final da cicatriz. Espera-se que uma boa cicatrização gere marcas finas e planas, com a coloração semelhante ao local da pele.
No entanto, durante esse período pode-se atuar para que o resultado final seja o melhor possível.
“Por isso, todo cuidado e atenção são poucos. Converse bastante com o profissional para que ele possa lhe orientar corretamente e lhe deixar a par das possibilidade e ações preventivas que você pode adotar para reduzir o risco de cicatrizes deformadas”, explica
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Entre os cuidados pós-cirúrgicos que não podem ser negligenciados está o curativo. “O médico irá recomendar o tempo para a troca do curativo, como cuidar e ensinar a realizar um novo curativo para que a cicatrização ocorra da forma correta”, salienta o Dr. Kataoka.
Além disso, a alimentação também pode influenciar nesse processo. E isso porque, com uma alimentação adequada, é possível acelerar e melhorar o processo de recuperação. E assim, maximizar o poder cicatrizante do corpo.
Durante esse período, o nosso corpo necessita de muitos nutrientes para a regeneração tecidual — principalmente aminoácidos, proteínas e vitaminas C, E e A. Deve-se, ainda, evitar alimentos que dificultem essa cicatrização. Como aqueles ricos em açúcar, gorduras trans e óleos vegetais.
Após a realização de uma cirurgia, os cuidados com a pele devem ser redobrados. E isso inclui evitar a exposição solar.
“A exposição solar logo depois de se submeter a uma cirurgia plástica, seja ela corporal ou facial, é perigosíssima! Os cuidados com o sol no pós-operatório são extremamente importantes para não prejudicar o resultado da cirurgia e do processo da cicatrização”, explica o Dr. Kataoka.
Geralmente, os cirurgiões plásticos liberam a exposição ao sol para os pacientes apenas após 30 dias depois do procedimento, já que o sol implica diretamente na cicatriz e pode torná-la escura e de uma forma irreversível.
“É possível que haja o escurecimento das cicatrizes, surgimento de manchas que podem deixar as cicatrizes com aparência de tatuagem e a sensação de inchaço e latejamento, em razão da vasodilatação. A área cicatrizada é uma região que naturalmente perderá uma quantidade de líquido maior e, se somada à ação do sol, a textura da pele poderá ficar ainda mais ressecada e desidratada, pela facilidade de evaporação da água do local”, explica o médico.
“Veja com seu médico o tempo necessário para cada passo da recuperação, ou seja, quantos dias você deverá ficar de repouso absoluto, quando poderá começar a se levantar, quais as primeiras atividades que você pode começar a fazer e os primeiros passos para o processo de normalização da rotina”, explica.
Seu médico também irá informar qual a previsão para a retirada dos pontos e o momento certo para voltar à sua rotina normal.
Evite, durante o prazo estipulado pelo cirurgião, levantar pesos e deslocar-se para muito longe do seu local de repouso a pé e tenha uma alimentação regrada.
Fonte: Dr. Alexandre Kataoka é cirurgião plástico, médico perito concursado pelo Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo (IMESC), Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Diretor do Departamento de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (DEPRO).